terça-feira, 14 de outubro de 2008

Energia do Futuro

A energia como conhecemos está com os dias contados. Enquanto o Brasil continua construindo hidrelétricas imensas, o mundo há muito começa a pensar no futuro com o uso extensivo de geração de energia em pequenas quantidades e o uso de redes elétricas inteligentes. Trata-se de uma verdadeira revolução na forma como produzimos e usamos a energia. Nesse novo paradigma, haverá espaço cada vez maior para a geração distribuída em pequena escala, voltada ao consumo local e ao fornecimento do excedente à rede de distribuição. Ao mesmo tempo, a automação dos sistemas elétricos dos usuários possibilitará o gerenciamento do consumo, evitando desperdícios e otimizando o sistema de suprimento.
No final de setembro, o fórum GridWeek reuniu, em Washington, mais de 700 especialistas sobre o assunto no mundo todo. No evento, promovido com o apoio do Departamento de Energia dos Estados Unidos, ficou claro que esse tipo de situação já começa a se tornar realidade nos Estados Unidos e Europa, e deve modificar completamente o modelo com o qual estamos habituados. As grandes usinas interligadas com os mercados consumidores por meio de longas linhas de transmissão devem dar lugar, aos poucos, a instalações de geração de energia de pequeno porte. Valem placas para captação de energia solar, microturbinas eólicas e até mesmo unidades de geração de energia a partir de gás natural. Acompanhados por baterias de alta capacidade, esses sistemas produzirão eletricidade para o consumo local e poderão fornecer os excedentes para a rede.
As diferenças com o modelo atual não param por aí. Ferramentas de automação dos sistemas dos usuários – sejam eles consumidores residenciais ou indústrias – permitirão um controle muito mais eficiente do consumo de energia. Com medidores eletrônicos, as distribuidoras poderão estimular economias nos horários de pico, distribuindo melhor o consumo ao longo do dia. O consumidor que se dispuser, por exemplo, a usar menos energia no início da noite poderia ter um desconto na conta. Por outro lado, quem fizesse questão de gastar à vontade naquele horário pagaria mais. O mesmo poderá ser aplicado em casos de dias muito quentes, por exemplo, em que os sistemas de ar-condicionado são mais exigidos.
Medidas claras que objetivem o estímulo à otimização no uso dos recursos energéticos devem fazer parte da política energética, da regulação e do papel do distribuidor de energia. O conceito de remuneração das distribuidoras, hoje relacionado ao volume de energia vendido e aos investimentos realizados, já está mudando em vários países do mundo, para que as empresas passem a centrar mais esforços no aproveitamento das possibilidades de economia de energia e de aumento na eficiência no consumo. Agentes do setor elétrico também terão papel importante de auxiliar os consumidores no processo de autoprodução e gerenciamento dos próprios sistemas.



Por:Cyro Vicente Boccuzzi é diretor executivo da consultoria Andrade & Canellas e presidente da ECOEE, Expertise, Consultoria e Ordenamento em Energia Eficiente.

Fonte:http://www.canalenergia.com.br/zpublisher/secoes/home.asp

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei do blog. Procurem encontrar outros blogs afins: blogs de profs de Física, de alunos...etc..té a aula.